Rosária, 85 anos

Rosária

85 anos

E ele respondeu que darmo-nos uns aos outros é a chave.

«Queria muito ter filhos. E o meu marido também. Ele queria uma menina porque esteve na guerra e não queria que o filho tivesse de ir. Mas saiu um menino. Foi a coisa mais feliz da minha vida, ser mãe. Tenho bisnetos agora, não há melhor que os ter todos juntos. Tive uma vida tranquila, mas pobrezinha. Na minha altura partia-se uma sardinha por três, era tão difícil. Às vezes olho para o que há agora e fico tão admirada, olhem, por exemplo, uma máquina de lavar a roupa: sabem lá o que era andar para trás e para a frente, rio acima, rio abaixo para lavar a roupa? Mas foi uma vida tranquila, foi boa. O meu marido faz-me muita falta. Amem-se uns aos outros, sejam amigos, porque isto acaba e as pessoas fazem-nos muita falta. Também não tenho o meu paizinho e o meu irmão. Gostava tanto de os ter aqui. É isso que queria dizer, se forem jovens, deem-se bem uns com outros, é o mais importante.»

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