E ele respondeu que o trabalho comanda a vida.
«A minha mãe morreu quando eu tinha 10 anos e, no funeral, o meu tio e padrinho ofereceu-se para me ensinar a trabalhar — era assim que se ajudava na altura quem ficava como eu, sem mãe tão cedo. Primeiro o meu pai nem ligou, mas depois aceitou e mandou-me de comboio ter com ele. Foi assim que comecei a trabalhar na minha arte: fazer pipas para vinhos. Foram mais de 60 anos a trabalhar, de sol a sol. É o meu conselho para os jovens, é trabalharem como eu fiz. Segui o meu tio e padrinho, era o que tinha de fazer. Trabalhei muito, aqui, na Alemanha, não fiz outra coisa. Até tenho saudades. Deixei de trabalhar em 2012. Não penso muito no futuro, penso mais no que fiz. Então agora tenho 87 anos e isto não é fácil, desde que morreu a minha mulher, mas vamos fazendo ano a ano, espero sempre o melhor, ao lado do meu filho. Estou a viver com ele e só saio de lá para vir para aqui para a Cáritas e daqui só saio quando morrer, está claro, adoro aqui estar.»
